Na concentração, toda iludida (Foto: Edvaldo Bezerra)


Gente, no último sábado, fiz minha primeira trilha de bike. Depois, eu descobri que meu bike anjo, Luciano Aranha, sem querer (espero kkk), me botou numa cocó. Anunciaram no Facebook a 2ª Trilha Café com Leite, ritmo leve, para quem nunca fez ou está começando nessa vida de sem juízo de pedalar por dentro do mato.

Olha só com o que dei de cara! (Foto: Edvaldo Bezerra)

Tive uma aulinha rápida de como passar marchas, vi que ainda sabia fazer isso e lá fui eu com uma Caloi 100 Sport que Aranha me emprestou (CIBIcletinha é bike urbana). Afinal, era uma trilha leve. “Poxa, eu pedalo, no mínimo, três vezes na semana, faço 16km no percurso casa-trabalho-casa, acho que aguento 20km na trilha”, pensei. E talvez aguentasse se a trilha não tivesse 3.457 ladeiras. Era tanta subida que eu pensei que ia chegar no céu (chegamos no boteco de seu João). E eu não estava psicologicamente preparada para subidas!

NINGUÉM subiu pedalando! (Foto: Luciano Aranha)

Com meu condicionamento físico de devoradora de livros e manobrista de mouse, minhas coxas ardiam que pareciam que iam derreter. Ou explodir! Tinha horas que doíam tanto que travavam. O pior é que dor me deixa de mau humor. Pense numa metralhadora de palavrões. Multiplique por cinco e esta era eu. Mas a turma foi muito paciente comigo e me aturou bravamente. Finalizei os quase 23km, intercalando a pedalada com umas caminhadas. Como teve uma parada na metade, a dor passou e meu astral melhorou.



"Elis, dê um sorriso", disse Rosana Adrião. "Eu não consigo", respondi

Avaliação: fazer trilha é divertido pra caralho!!!!!!!!!!

Claro que quis acabar com Luciano Aranha!

A gente pedalou numa trilha no povoado Aloque, zona rural de Aracaju. Com as subidas, em alguns trechos, podíamos ver a cidade, tão linda, apesar de os bofes estarem mais interessados em pedalar. (Sugestão, rapazes: vamos fazer trilhas contemplativas?). Foi interessante ver que Aracaju tem uma zona rural praticamente dentro da cidade. A linha que divide a área urbana e a área rural no bairro Jabotiana é apenas o cemitério. Passou o cemitério, puf! Roças, cavalos, vacas, casas de taipa, cercas de estaca e arame ... E, com uma proximidade tão grande com o urbano, não podiam faltar ‘problemas de cidade’ se enveredando igual erva daninha, como o descuido com o lixo, espalhado nas estradas.

Intercalei a trilha com pedalada e caminhada kkkkk (Foto: Edvaldo Bezerra)

Foi legal ver balanço de corda, tábua e pneu numa mangueira frondosa, crianças sentadas num banco de tronco de árvore contando quantas bicicletas passavam, senhoras curtindo a fresca do fim da tarde sentadas na varanda, sentar no boteco de seu João vendo quais ‘pés-de-fruta’ tinham no sítio dele (enquanto a dor passava ...), lembrar como era divertido explorar o sítio de meu pai quando eu e meus irmãos éramos crianças, montar alçapão só para contar quantas cores o passarinho pego tinha e depois soltá-lo, chegar no topo do morro que tinha lá e marcar a conquista do território com a bandeira (que era a camiseta de meu irmão). Foi uma trilha bucólica e nostálgica.

Mas pedalei bastante (Foto: Luciano Aranha)

Produção

No mau humor, mas pedalei (Foto: Edvaldo Bezerra)

Como se produzir para fazer trilha é extremamente importante.

Um de meus bike anjos, João Paulo, carregando minha mochila (Foto: Luciano Aranha)

Primeira coisa: esqueça acessórios. Já pensou um galho engancha no seu colar, na sua pulseira? Como você também tem que fazer força nas mãos para controlar a bicicleta no trajeto, deixe seus aneis em casa. Você tem a opção de usar luvas charmosas, o que é legal para quem sua muito nas mãos, além de proteger na hora em que você tem que se apoiar no chão numa queda. (A propósito, eu não caí!!!!!) Coloque um brinco bem pequeno para dar um charme. Use óculos para proteger os olhos de ciscos e OVNIs.

Este senhor de boné é o seu João. Olha minha cara assim que chegamos na parada, ali, de touca vermelha (Foto: Edvaldo Bezerra)

Quando eu cheguei em casa, tinha areia até dentro das meias! Imagina como não ficam os cabelos. Mas não se desespere. Coloque uma touca bem linda e se jogue no mato. Eu usei uma e foi a salvação de minha cabeleira. Você pode usar lenços, bandanas, faixas, fazer uma trança. Quando chegar, faça uma hidratação nos cabelos e no corpo. Ah, capacete é fundamental.

E minha cara 10 minutos depois, sem dor (Foto: Edvaldo Bezerra)

Prefira legging, porque protege as pernas de arranhões. E calcinha de algodão. Em trilha, você transpira da cabeça aos pés. Por falar em pés, meias e tênis apropriados para o terreno ou as sapatilhas para ciclistas. Em lojas especializadas, você pode encontrar, além das sapatilhas, calças e bermudas fofinhas no fundilho. É uma aplicação de gel para dar mais conforto nos países baixos, mas um selim confortável resolve este problema. Você pode encontrar selins femininos também. E isso tudo depende do seu objetivo. Quer se dedicar ao mountain bike, tem que investir. Se quer brincar de fazer trilha de vez em quando, como eu, vai buscando alternativas.

Os mano ...

Coloque um top bem ajustado para segurar as peitcholas. É muita trepidação. Camiseta fresquinha e confortável. A camiseta de ciclista tem material apropriado para o exercício. Você pode usar também um manguito, é uma paradinha tipo segunda pele para proteger os braços do sol e de arranhões. Particularmente, eu acho essas roupas para ciclistas um horror. Parecem um outdoor, com as marcas enormes. Se você é patrocinado, tudo bem. Mas você vai comprar, poderiam ser umas coisas mais bonitas, estamparias acompanhando as tendências da moda, coisas do tipo.

As mina ...

Maquiagem, à prova de suor, néan?! Prefira protetor solar para o rosto e use também nas partes do corpo que ficarem expostas. Batom e gloss são liberadíssimos, principalmente se tiver protetor solar. Ah, leve um repelente, viu?

Todo mundo!

Água, isotônico, barrinha de cereal, toalhinha. Se você for hipocondríaca igual a mim, pode levar Merthiolate, band-aid e gaze. Mas não pese a mochila, bela, ou você sofrerá. Eu sofri com minhas duas garrafas de isotônico e duas de água. Eu sou exagerada. E dramática.