Ok, eu sei que estou em falta com vocês, só tenho postado coisas de bike, de jornalismo, e (quase) nada das nossas coisinhas maravilhosas de moda e beleza. Prometo que vou corrigir tudo isso!

Esta semana começou com um misto de emoções e sensações para mim (tanto que escrevo com lágrimas nos olhos). No domingo, 11, um ciclista foi atropelado, ficou gravemente ferido e logo a informação de que ele tinha morrido varreu as redes sociais. Não o conhecia, mas fiquei muito sentida. Uma vida que partia “sem programação ou aviso”, deixando esposa, filho, familiares, amigos, trabalho, história.

Comecei a receber mensagens e telefonemas, informações que se chocavam e, dentre os telefonemas, um me deixou num modo de espera. Foi o telefonema de minha amiga Janaina Cruz. Uma voz tensa, perguntando se eu conhecia o ciclista, o que eu sabia, até que ela manda “amiga, pelo amor de Deus, tenha cuidado ao pedalar na rua. Não se esqueça de sempre pedir proteção divina”.

A ficha do “poderia ter sido comigo” ainda estava processando quando a confirmação de que ele estava vivo, num estado gravíssimo, mas vivo começava a circular. Apesar da gravidade de toda a situação, foi bonito ver as pessoas demonstrando fé e solidariedade. Foi muito bonito ver cerca de cinquenta pessoas, entre ciclistas, parentes e amigos, em oração pela recuperação do Rogério Esteves no local do acidente, numa atitude de alerta para o perigo que está o trânsito de nossa cidade.

E Rogério lutou até a noite da terça, 13, quando foi confirmada a morte encefálica. E no meio de toda aquela dor pela perda prematura de um ente querido, a família, num ato magnânimo, autorizou a doação de órgãos. Coração, córneas, pâncreas, pulmão e rins de uma vida que partia agora permitirão um novo começo para vidas que lutam para continuar.

E em meio a esse turbilhão de sensações: fragilidade, vulnerabilidade e desamparo no trânsito, a certeza dos perigos a que estamos expostos, que a irresponsabilidade alheia pode tirar a vida de chefes de famílias, a perda real de uma vida, o carinho e a preocupação de meus pais, de meus amigos, o contra-ponto da tranqüilidade de meu sobrinho mais novo dormindo em meu colo, da alegria de saber que terei mais uma sobrinha, recebo o vídeo abaixo de meu personal-bike-inspirator, Luciano Aranha. É apenas um pai levando a filhinha para ver a decoração natalina de São Paulo. DE BIKE. Chorei. Muito.



Obrigada, Malu. Vamos continuar na busca pela paz no trânsito, para que você também possa, no futuro, mostrar a decoração natalina da cidade para seu filho. DE BIKE.